Resenha: Poucos dias de uma vida de Edilaine Cagliari

Na contramão da maioria dos blogs que apenas se interessam em falar sobre livros estrangeiros, e best sellers, nós do doidos por séries e livros, estamos mais uma vez aqui para enaltecer nossa literatura nacional.
Poucos dias de uma vida, é o romance de estréia da autora Edilaine Cagliari, nele conhecemos não uma , mas várias mulheres de fibra, que passaram por superações em sua vida.
Amanda é uma menina simples de cidade do interior, que mal conhece as armadilhas da vida, com uma mãe rígida que controla seus horários e idas e vindas.
Certo dia ela conhece Vanessa, uma garota viajada, esperta e que tem um relacionamento sério com outra garota. Sentimentos confusos a atingem, ela que nunca se sentira atraída sexualmente por outra mulher, começou a sentir algo pela nova menina na cidade.
Amanda descobre-se homossexual, porém ao contrário do que poderia imaginar, todas as suas amigas para quem ela conta seu segredo, a incentivam a esconder, pois poderia se tratar só de uma fase.
Ela então começa a ficar deprimida, e quando Vanessa volta para a Europa, seu mundo vai ao fundo do poço,não podendo se abrir com ninguém sobre o ocorrido.
Alguns anos se passam, e também conhecemos a história de Tuca, casada, mãe de um filho pequeno, ela é diagnosticada com um tumor maligno, está agora internada no hospital em recuperação da última cirurgia.

Quero dizer que me emocionei diversas vezes com a garra e a luta das duas mulheres, enquanto Tuca luta para viver mais um dia, Amanda luta para ser aceita, e se aceitar, o que é muito difícil para ela pois não teve apoio de ninguém para se assumir.

Outro personagem que merece ser mencionado aqui é Mike, um garoto gay que acolhe nossa protagonista em suas asas para ajudar-lhe a lidar com suas próprias emoções, se tornando um amigo valioso.

Nesse mundo repleto de problematização, e "representatividade obrigatória", encontrar uma história real como a escrita por Edilaine Cagliari, é um tesouro imensurável,caso a autora continue a publicar  mais obras do gênero, o público LBGT estará muito bem representado para sempre.