Leitura da semana: Retrato inacabado, um livro da Rainha do crime... sem crime

27 de dez. de 2016

Sempre que lemos um livro de um autor que conhecemos bem, nos sentimos revisitando um amigo, sabemos seus modos, suas caracteristicas, e o amor transborda assim que colocamos os olhos nele.
Foi assim que me senti essa semana quando li "Retrato Inacabado" de Agatha Christie.




Já no ínicio da trama, somos apresentados a uma mulher misteriosa, depressiva e com tendências suicidas. Ela encontra um homem que a acolhe, e leva para um hotel, onde escuta tudo que ela tem a contar, o que se transforma em seu relato de toda uma vida.
Celia teve uma infância feliz, apesar de sua timidez e dificuldade de expressar suas frustrações,desde muito pequena ela temia magoar as pessoas e acabava internalizando sua raiva e desgosto por fatos simples, porém que a machucavam em sua mente de criança.
A moça teve uma mãe dedicada, e um pai um pouco desligado ( que acaba por falecer quando ela tem dez anos) um irmão e uma avó que é um dos melhores personagens da leitura.
Com um pouco de dificuldades finaceiras a mãe e ela, seguem suas vidas sem muitos imprevistos, até que nossa protagonista chega a vida adulta.
Vemos então Célia passar por uma série curta de amores e desamores, até encontrar Dermot, um rapaz de poucas posses, com uma tenacidade e e entusiasmo pela vida que fazem com que ela se apaixone perdidamente.
Os dois se casam e logo se percebe que estão esperando um bebê, a garota fica imensamente feliz, mesmo com os enjoos que a atormentam demais, o mesmo não se pode dizer do marido, que pede encarecidamente que ela " continue bonita".
Célia tem seu bebê, a linda Judy, que ao decorrer dos anos se torna semelhante em personalidade ao o pai, deixando a mãe por vezes atônita, ao não conseguir penetrar no íntimo dela, e nem ao menos se tornarem próximas.
Sua avó morre.
Sua mãe morre.
Os anos se passam e vemos um Dermot cada vez mais amuado com a vida e sua familia, até que finalmente ele conhece outra mulher e decide largar sua mulher e filha para viver com ela.
A partir disso vemos a moça que era  tão forte  e altiva definhar, ela que amava tanto seu marido não consegue entender como isso  aconteceu, a tristeza se torna tanta que ela alguns dias nem se levanta de sua cama.
Então ela decide deixar tudo para trás tentando o suicídio.
Nesse ponto a trama se junta com o prólogo e temos um epílogo, cheio de " e se " , questionamentos, e lições de vida que só Agatha Christie poderia nos dar.
Achei um livro super envolvente ( li ele em um dia) e delicioso de ler.
O leitor assíduo da Rainha do crime pode estranhar, este livro em especial, pois diferentemente da maioria de suas tramas aqui não há Miss Marple, ou Hercule Poirot, visto que nessa obra não há crime, o que para alguns pode ser desinteressante acaba por mostrar, a quem decidir ler, uma outra faceta de uma de nossas autoras favoritas.

                          Por Tathiane Rodrigues

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